terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Cancão - Inauguração Crepuscular

Do livro "Palavras ao Plenilúnio", publicado pela Editora Universária da UFPB, onde é ostentado todo o explendor lírico do poeta João Batista de Siqueira, Cancão, natural de São José do Egito, "Berço Imortal da Poesia", Pernambuco.


CREPÚSCULO

O céu se abre num leque de rubor
A luz solar cristaliza o panorama
Se escoa e tremula sobre a rama
Tornando toda a pelúcia multicor

Os horizontes circulam de outra cor
A penumbra parece arder em chama
A última luz no ocaso se derrama
Num quadro mágico, sublime, encantador

O sol, guerreiro que veio do oriente
Passou o dia lutando ferozmente
Da guerra trouxe o seu golpe assinalado

Agoniza agora, e através da tela infinda
Pela grimpa da serra mostra ainda
A metade do rosto ensanguentado.

João Batista de Siqueira, "Cancão".

2 comentários:

  1. Parabéns é pouco: obrigado pela alvissareira iniciativa, poeta.
    Só uma coisa: o 3º verso do 1º terceto está, no manuscrito de Cancão:
    "Da guerra trouxe seu golpe assinalado"
    O que entendo pode ser lido: o sol trouxe o golpe assinalado (i. e. a marca) da guerra.
    Com um grande e fraterno abraço.
    Lindoaldo Campos

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  2. Muito bem, poeta! Muito obrigado pela visita, pelo minutim de prosa, e pela xícra de café!

    Devidamente corrigido, Lindoaldo. Seu "golpe assinalado". Que coisa linda, ver o Sol como um guerreiro, golpeado e sangrando, tornando pra casa pelas grimpas da serra. Magnífico! Só Cancão mesmo...

    Parabéns pelo seu trabalho, imagino o esforço empregado pra pesquisar os manuscritos, e produzir o magnífico "Palavras ao Plenilúnio".

    Mas fica a certeza que vocês nos premiaram trazendo a tona toda a riqueza poética do nosso Canção!

    Um abraço!

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