Chegando em Tabira, numa Missa do Poeta, realizada sempre no terceiro sábado do ano nessa cidade, em homenagem a Zé Marcolino, avisto um dos maiores poetas vivos do Nordeste. Possuidor de uma simplicidade sem igual, e de um gênio mais raro ainda. Dedé Monteiro é a voz seu povo em um momento, e em outro é a voz de todo o povo de uma só vez. Aqui, no nosso terreirinho, muitos poemas desse mestre do verso brotarão.
Na dedicatória, aos meus pais, do livro Mais Um Baú de Retalhos:
Quem se envolve em meus Retalhos
Se a alma não for tão fria
Sente do meu sentimento,
Sorrir na minha alegria...
Pois meu Baú foi escrito
Pra quem não mata um mosquito
E quando o faz, se arrepia...
Dedé Monteiro
Mais recentemente, o bastião da poesia tabirense escreveu para sua cidade, em versos simples, com toda a humildade de um filho eternamente grato pelo amor da mãe, e consciente de que é impossível transformar em versos essa gratidão.
QUEM ME DERA, TABIRA
Quem me dera, Tabira, se eu pudesse
Te dizer num poema que eu fizesse
A metade de tudo que acontece
Nas profundas cavernas do meu ser.
Se a mim fosse dado esse direito
Eu faria um poema sem defeito
Pra depois a teu povo oferecer.
Mas agora, Tabira, me convenço
Que não trago comigo dote imenso
De dizer tudo aquilo quanto penso
Que a boca peleja, mas não diz.
Mesmo assim eu te canto em baixo nível
Pois te quero de um modo tão incrível
Que se a felicidade for possível
Só por ser filho teu já sou feliz!
Dedé Monteiro
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